terça-feira

Um P.S. sobre P.S.

Pois é. Eu tenho mania de P.S.. Quando isso começou? Não sei. Talvez seja genético.
Lembro que, quando era criança, via minhas tias escrevendo P.S. nos bilhetes e não entendia direito o que era. Aí, tive aula de latim (me sinto um dinossauro). Um dos trabalhos era sobre palavras em latim que ainda eram usadas. Ad eternum, in memoriam. Aí vem a minha mãe e diz: " P.S. Também é em latim". E ela estava certa (ela também é jurássica e também teve aula de latim).
Post Scriptum, ou P.S para os íntimos, é aquela coisa que você só lembra na hora que coloca o ponto final no texto: "Ih tinha que falar isso também, mas esqueci. Vou colocar no P.S.". Jurássicamente falando, quando não existia Word e "copiar e colar" demandava o uso de tesoura e cola, o P.S. era a salvação! Hoje temos mecanismos para disfarçar que algo foi escrito "após o escrito", mas imagine como isso devia ser um grande problema para quem usava latim!
Tem gente que acha o Bill Gates é um gênio, mas os romanos já tinha solucionado o problema de uma maneira bem mais simples. Além disso, acho que o P.S. tem um lado revolucionário: você pode mandar seu professor de redação do pré-vestibular catar coquinhos e escrever as coisas na ordem que você pensa! Afinal, se lembrar de algo importante, 2 letras, 2 pontos e voilá!
Descobri que sofria da síndrome do Post Scriptum quando escrevia no meu blog antigo. O P.S. se tornou um espaço para mandar recados para as outras meninas que também escreviam no blog, comentar algum texto postado antes, contar uma fofoca nada a ver ou descrever o tempo no Rio de Janeiro para matar as paulistas de inveja. Foi quando comecei a usar P.P.S., P.P.P.S. e assim sucessivamente.
Mais do que um artifício literário, acho q o P.S. é uma forma de pensar. Afinal, o que seria dos esquecidos, dos avessos a organizar as idéias antes de escrever e dos viciados em dar opinião sobre tudo sem ele?


(pra não perder o hábito) P.S.: Sobre o texto do Rená e o filme "Três irmãos de sangue": O filme é bom porque a história dos 3 irmãos é boa. Até se eu contasse, seria legal. Então, por que aquela divisão em blocos nada a ver? E pior: que fonte é aquela? Se é pra usar Times New Roman, use Verdana! Enfim, a história é tão boa que sobrevive à fonte tosca, à falta de depoimento de qualquer pessoa que seja do PT (a mulher do Henfil fala no filme que viu o PT surgir na mesa da sala dela e fica por isso), problemas nas imagens, o "BR" onipresente e a divisão em blocos.

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