quarta-feira

"Tropa de Elite". A novela continua...

É impossível não falar de “Tropa de Elite”. O excelente texto do companheiro abaixo retrata em linhas o discurso do filme. Também me senti tentado em assistir a versão pirata e tive a oportunidade de vê-lo também, na versão original, na abertura do Festival do Rio. O filme passou por algumas mudanças, sim, mas a maioria diz respeito à estética e edição.

Mas o que importa não é se o final é o mesmo, ou se ainda tem a cena do “cabo de vassoura” – o que me assusta é que com o filme o BOPE ficou protegido pela própria sociedade. Licença para matar. As capas de jornais estampam diariamente as ações dos “06” e dos ”02” da vida real, deixando no chão uma comunidade indefesa, que além de sofrer com ações de traficantes, sofre de preconceito e de uma vida de pobreza, bem em frente à zona sul. E nada acontece. Já vi gente comemorando uma subida do Caveirão no Complexo.

Sou contra a pirataria, mas a distribuição do filme tomou proporções tão grandes que me fez pensar. Será que se não fosse essa feeebre pelo o que vazou do filme, tanta gente ia assistir? O “Tropa de Elite” ia chegar aos morros? Todas aquelas pessoas, que moram em comunidades, e que sofrem diretamente com a ação dos “caveiras” - viram o que o cinema quis mostrar da sua realidade. Eles puderam dar sua opinião sobre a situação. Acho que sem a pirataria esse filme não seria tão polemico.

Conheço muita gente que mora em favela e eles me afirmam, com toda certeza, que aquela não é a realidade. Que a coisa é muito pior do que está no filme. Que o BOPE, além de uma máquina de matar, também é uma polícia corrupta. Que os “homens-de-preto fazem coisas que assustam o satanás.” De uma forma boa ou ruim mais uma vez o cinema trouxe a reflexão para a sociedade. Não importa qual seja, mas todo mundo tem uma opinião sobre o filme e sobre a ação da polícia carioca.

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