domingo

Pequenas histórias e outros objetos pontiagudos.

O negócio é que o calor estava no limite do impossível para uma sobrevida – mínima. Deveria desistir das atropelações do futuro e entregar meu corpo numa decadência da alma. Desagregado eu sobreviveria. Longe do front e no maior deserto de mim.

Decidi botar pra foder com o resto de oxigênio restante. Eu não sei se era mesmo aquele sonho de infância – bizarro – onde nada nesse deserto de hoje sobraria. As camas caiam na vertical – alucinadas. Para um infinito inferno sob o chão da sala de estar – mínima. Do corredor mínimo.

Decidi botar pra foder. Vamos ouvir alguma psicodelia alternativa. Quero ver ondas sonoras.

Ela acordou suada de amor. Linda. Levantou nas maiores das decisões. Decidida. Catou minhas canetas que eu espalho pela casa. Meus blocos de papel com pequenos fragmentos. Pequenas histórias. Eram muitos. Catou todos.

- Eu preciso escrever!
- E... eu... preciso te esquecer.

A nicotina que já não habita mais por aqui fez-se necessária. Mas era longe e o ônibus ia demorar até o dia vir. Era frio. Era frio como no começo. Era laranja. Era madrugada.

Um comentário:

Mariabia disse...

um filme lindo isso.
se verdade, incrivel viver.
se mentira, incrivel contar