sexta-feira

Tão fácil mudar a cor do fundo

Engraçado que eu tenho escolhido lugares com pouca luz. Bancas de jornal já incomodam longos dias. Uma fotofobia acompanhada de uma certo pavor. Redundante construção. Não sei se escondo eu se escondo dentro. O fundo da tela ganha cores pro cinza. Brilha muito esse papel.


Tanto tempo que eu não escrevo por ir. Não escrevo. Não há o que de bom. Joguei umas cartas fora. Lembrei. Achei uma paleta do tempo do violão. Um porta retrato. Vazio.


Ela já não tem mais o meu retrato no seu porta retratos que nem é de vidro.


Engraçado que eu achei essa frase num texto velho e capenga. Na verdade eu não importo. Em duas formas. Eu não importo. É uma febre que queima. A garganta pede uma dose quente. De chá. Nunca tinha inventado palavras nesse estado. Febril. Poucos dias experimentei a escrita alcoolizada. Deu certo não. Dá certo nunca. E com febre tendo ir a caminhos de tristeza muito estranhos. Ela não ligou pra saber da novidade. O quarto ainda é pequeno. Organizei meus livros. Nunca faço isso. Quer dizer simbolicamente que eu os abandonei em organizada estante. E não leio e não como as palavras. Mas eu vou desequilibrar o primeiro. A febre vai passar. Eu vou ler algo. Em alto tom desconfiado. Vou andar novamente na bicicleta e temperar aquele peixe que eu comprei. Para jantar acompanhado. Agora jantar sozinho.


Eu vou comprar algumas revistas. Eu vou tocar alguma besteira. Achei a paleta de som. Eu vou cantar umas besteiras. Ela vai ligar novamente. Joguei umas coisas fora. Fora da retina. Eu tenho procurado lugares com pouca luz. Fotofobia

2 comentários:

Mariabia disse...

o meu problema nao é falta de palavra,
é vacuo de sentir.
in

Rafael Cavalcanti disse...

Belíssimo caos, amigo Renazin.

Lindo mesmo.